Educação veterinária ganha espaço na agenda internacional
A formação dos médicos veterinários e as competências necessárias para atuar na profissão estão na agenda dos debates internacionais da área. Um dos espaços para os debates e discussões sobre o tema é a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), cuja Comissão Ad Hoc do Ensino da Veterinária se reuniu no final de julho, em Paris, na França.
O objetivo central do encontro foi debater as estratégias para garantir que as recomendações quanto às competências do médico veterinário logo após sua formação e o currículo nuclear, sugerido pela OIE, sejam colocadas em prática.
“A OIE reconhece o ensino da Medicina Veterinária como um bem público. Ela também está atenta ao problema mundial da formação dos médicos veterinários que acabam, em alguns casos, tendo uma especialização precoce, prejudicando a formação generalista”, afirma Felipe Wouk, presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV).
Competências
O especialista também é membro titular da comissão da OIE, que há dois anos publicou dois documentos relevantes sobre os temas. Um deles fala sobre as competências que a OIE considera fundamentais que o médico veterinário possua ao concluir a graduação. O segundo documento diz respeito à sugestão de currículo nuclear para o ensino da Medicina Veterinária.
“Na próxima Conferência Mundial da Educação Veterinária, a ser realizada em 2016 na Tailândia, a OIE pretende promover um encontro de todos os agentes acreditadores de curso. O objetivo é trabalhar os mecanismos que garantam que as competências e o currículo nuclear possam ser levados em consideração nos momentos de avaliação”, explica Wouk.
Para Benedito Fortes de Arruda, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a participação brasileira tem sido muito importante nos debates. Segundo ele, com a experiência que possui na área de educação, o Brasil não pode e não deve ser caudatário dos demais países.
“Quando participamos de eventos internacionais estamos levando conhecimentos e buscando informações e ações que estão sendo desenvolvidas por outros países e que podem ser adotados ou adaptados às nossas condições”, afirma Arruda.
Outros fóruns
A formação dos médicos veterinários também ganhou espaço num outro fórum: a reunião do Conselho Panamericano de Ensino Veterinário (Copevet), que aconteceu em Buenos Aires, na Argentina, na semana passada, que também contou com a presença de Wouk, presidente do Comitê de Acreditação do Copevet.
A questão também será tema do próximo Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, que o CFMV promoverá no mês de novembro. O foco principal estará na avaliação e na gestão dos cursos.
“Seguindo essas recomendações da OIE, estaremos contribuindo para que tenhamos médicos veterinários com a formação generalista e que atendam as diferentes demandas de acordo com cada região e país de origem”, conclui Wouk.