Foco na prevenção e na educação em Medicina Veterinária

Quem busca ficar sempre atualizado na profissão tem duas oportunidades para cumprir este objetivo com dois eventos que acontecerão no mês de novembro. Um deles é o 2º Simpósio Internacional de Medicina Veterinária Preventiva, promovido pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista (FCAV/Unesp) de Jaboticabal, de 20 a 22 de novembro de 2015.

O evento é direcionado a médicos veterinários, pós-graduandos, graduandos em Medicina Veterinária e demais interessados. Com o tema “Novas Tecnologias, Novos Desafios”, a programação será dividida em quatro módulos: “A formação do médico veterinário sob o novo paradigma: um mundo, uma saúde”, “Novos desafios em saúde”,”Globalização além da tecnologia” e “Preservando o ambiente para proteger a saúde”.

Palestrantes do Brasil e do exterior apresentarão os conteúdos programados. Adolorata Aparecida Bianco Carvalho, da FCAV/Unesp, Silvana Belo, da Universidade Nova de Lisboa (Portugal), John Morris Fairbrother, da Universidade de Montreal (Canadá), e Márcia Chame, Fundação Oswaldo Cruz, são alguns dos confirmados.

Os interessados em apresentar trabalhos científicos podem fazer o envio do material até esta quinta-feira, dia 22 de outubro, Os melhores serão premiados na cerimônia de encerramento do simpósio. As inscrições podem ser feitas pelo site www.simprev.com.br.

Educação

Foco na formação profissional, o outro evento é o XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, que acontecerá, em Brasília, de 16 a 18 de novembro, sendo voltado para médicos veterinários, coordenadores de curso, professores e estudantes. estarão reunidos em Brasília (DF) no XXII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária.

Nesta edição do evento, organizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o tema principal será “A avaliação e a gestão na educação brasileira”. O objetivo do seminário é promover um alinhamento de informações e trocas de experiências entre os coordenadores de cursos e representantes de Instituições de Ensino (IEs) por meio de debates sobre as avaliações de cursos, avaliações dos docentes e a acreditação dos cursos de Medicina Veterinária no Brasil.

O tema do evento foi escolhido após a percepção de que ainda há poucas Instituições de Ensino que utilizam a avaliação. Além disso, foram constatadas dificuldades por parte dos gestores em relação ao uso dos resultados das avaliações para melhorar a gestão das IEs.

Busca de melhores práticas

Com base nisso, o XXII seminário pretende contribuir para a promoção de discussões que busquem a socialização das diferentes perspectivas de avaliação; a adoção de melhores práticas de avaliação pelos coordenadores e professores; a revisão das avaliações tendo como base a visão do aluno, do professor, do gestor e do profissional; e ainda a realização de avaliações com ênfase na formação profissional e do acadêmico.

O presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária do CFMV, Antonio Felipe Wouk, acredita que é fundamental que projetos e processos sejam avaliados continuamente para correção dos percursos e verificação de sua qualidade. “Avaliar o capital humano envolvido no curso, gestores, docentes e estudantes é imprescindível, assim como a instituição e a infraestrutura disponível”, diz.

Wouk também pensa que é preciso partir da reflexão para ação, tanto da avaliação, quanto da acreditação. “Se de fato almejamos caminhar em direção de uma crescente qualidade do ensino médico veterinário no país e na América latina, temos de partir para ações bem coordenadas de avaliação de cursos de Medicina Veterinária”, finaliza Wouk.

As inscrições estão abertas até o dia 5 de novembro e podem ser feitas gratuitamente em www.cfmv.gov.br/inscricoes.

Pesquisa com estudantes avalia bem-estar animal

O ensino de bem-estar animal nas áreas de Medicina Veterinária e Zootecnia vem crescendo de forma significativa nos últimos anos. No entanto, a prevalência de disciplinas optativas e a diversidade de abordagens da temática nas Instituições de Ensino Superior (IES) do Brasil indica que ainda há muito a ser feito para melhorar a formação dos médicos veterinários e zootecnistas dentro deste contexto.

Para conhecer melhor a percepção e o conhecimento dos alunos sobre o tema, a Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea) do CFMV realizou, em 2013, uma enquete. Mais de 900 estudantes de Medicina Veterinária e Zootecnia de cinco universidades, uma em cada região do país, responderam o questionário. A maioria dos alunos (41,5%) tinha entre 21 e 24 anos; 44,1% estavam no terço inicial do curso de Medicina Veterinária ou Zootecnia.

As perguntas tratavam de temas como a existência da disciplina no currículo, em qual semestre era oferecida e se havia aulas práticas, além do conhecimento dos alunos sobre os princípios básicos do bem-estar animal (BEA). O questionário também buscou identificar a percepção dos alunos quanto ao comprometimento do BEA nos animais que são utilizados em ensino, pesquisa, fazenda, zoológicos, circos, atividades esportivas ou que vivem nas ruas.

Conhecimento prejudicado

Apenas uma das cinco IES estudadas não oferecia disciplina de bem-estar animal. Em algumas instituições, BEA está presente em apenas um dos cursos, ou Zootecnia ou Medicina Veterinária. A pesquisa mostrou que mais de 90% dos estudantes ouvidos consideravam como muito importante a oferta do conteúdo de bem-estar animal em disciplina específica.

Na avaliação da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea) do CFMV, os resultados mostram que o acesso dos alunos ao conhecimento técnico-científico em bem-estar animal encontra-se prejudicado, com percepção equivocada das várias situações estudadas. A falta de conhecimento de conceitos básicos assim como das normativas brasileiras também é preocupante.

“A falta de conhecimento de conceitos básicos assim como das normativas brasileiras é preocupante. O resultado mostra que os conteúdos de BEA e os métodos pedagógicos são ainda insatisfatórios”, afirma a presidente da Cebea, Carla Molento.

Medicina veterinária

A pesquisa ouviu 547 estudantes de Medicina Veterinária nas cinco universidades participantes, sendo que 94% deles consideram muito importante ter uma disciplina específica de bem-estar animal na graduação; os demais não souberam responder (3,2%) ou disseram não ser importante (2,8%). No entanto, pouco mais de 52% responderam ter uma disciplina específica de BEA no currículo.

O levantamento mostrou que as aulas práticas não são comuns, pois apenas 29% dos estudantes informaram ter alguma atividade prática. Ao avaliarem a disciplina específica oferecida, 87,5% dos universitários consideraram satisfatória ou muito satisfatória. A pesquisa mostrou que a avaliação dos docentes responsáveis pelo ensino foi boa (69,7%).

A pesquisa também procurou saber qual a perspectiva dos estudantes de Medicina Veterinária quanto ao impacto dos conteúdos de BEA no contexto do ensino e da pesquisa. Dentre os entrevistados, mais de 65% nunca tiveram envolvimento com pesquisas em bem-estar animal.
Métodos alternativos

Ao serem questionados se o uso de métodos alternativos em aulas práticas poderia comprometer sua formação, 45,6% disseram que sim, 34,6% responderam que não e os demais não souberam responder. Os resultados mostram que existe falta de consenso dos estudantes quanto aos reais impactos dos princípios de BEA na realização de pesquisas e na formação profissional.

Além disso, os estudantes demonstraram desconhecer os princípios de bem-estar animal e as normativas nacionais a respeito do uso de animais em ensino e pesquisa. Ao serem questionados sobre quais eram os 3Rs na experimentação animal mais de 80% disseram não conhecer nenhum deles e apenas 7,5% dos pesquisados conheciam todos.

Em relação as Cinco Liberdades, 77,1% dos alunos afirmaram não conhecer nenhuma delas e apenas 2,7% conheciam todas. Quanto ao conhecimento sobre normas nacionais, os resultados do questionário apresentaram um cenário preocupante. Ao responderem sobre a Lei Federal 11.794/2008 e a Resolução CFMV nº 879/2008, 98% dos estudantes mostraram desconhecer a Lei enquanto 99,3% desconhecem a Resolução.

Percepção dos estudantes

Ao avaliar a percepção dos estudantes quanto ao nível de comprometimento do BEA sob diferentes situações, as respostam indicaram que, no âmbito das IES, há percepção de um comprometimento mediano do bem-estar animal, pois os estudantes tiveram essa percepção sobre as situações que envolvem aulas práticas (49,4%) e realização de pesquisas (46,0%). Um panorama similar foi observado em fazendas (58,3%) e zoológicos (52,9%).

No contexto de animais soltos nas ruas (54,2%), criados em circo (55,8%) ou utilizados em atividades esportivas (47,8%), um maior percentual dos estudantes considerou o comprometimento de BEA como sendo baixo. Apenas com relação ao animais em abatedouros os percentuais de resposta alto (34,4%), médio (27,6%) e baixo (38,3%) foram muito próximos, o que evidencia não haver consenso.

A percepção de alto nível de comprometimento de BEA não predominou em nenhuma situação. A classificação como baixo no contexto de circo (55,8%), ruas (54,2%) e atividades esportivas (47,8%) é preocupante, pois caracteriza uma falta de compreensão da realidade por parte dos respondentes.

Fonte: CFMV

O trabalho dos cães de serviço

Sempre que aparecem na tela da televisão eles roubam a cena. Seja pelo comportamento, pela inteligência e pela ajuda que oferecem, os cães de serviço fazem a cabeça de qualquer um. O trabalho de ajudar pessoas com deficiência ou doentes (neste caso, são mais conhecidos como terapeutas) fazem esses animais serem queridos por todos. Eles também são chamados de cães de inclusão.

No Brasil, no entanto, o conceito de cães de serviço ainda não é muito conhecido como em outros lugares como nos Estados Unidos e em muitos países da Europa. Os cães de serviço ou de assistência são treinados para ajudar no dia a dia de pessoas com algum tipo de deficiência.

Esse tipo de animal, normalmente, é dividido em três grupos. Os mais conhecidos são os cães-guia, que auxiliam cegos; os cães ouvintes, trabalham com pessoas com deficiências auditivas; e os cães de serviço, que auxiliam pessoas com todos os outros tipos de deficiências, desde autismo até cadeirantes.

Ajuda a cadeirantes

Por exemplo, os cães de serviço para cadeirante são treinados para ajudar em tarefas como abrir e fechar portas, chamar o elevador, trazer objetos como o telefone e o cobertor e inclusive, a chamar outra pessoa na casa em caso de emergência, segundo informação da ONG Cão Inclusão.

Todo o treinamento é personalizado e planejado de acordo com as necessidades e a rotina da pessoa que ficará com ele e o tempo de trabalho desses cães é em média, de seis a oito anos. O cão se torna fundamental na hora em que o cadeirante precisa realizar algo que seria muito difícil de fazer sozinho

Já os cães para autistas aprendem a deitar no chão, impedindo que uma criança saia correndo e fuja. Os cães para diabéticos avisam quando há grandes variações do índice glicêmico através do cheiro que a pessoa exala.

Falta de leis

Os cães de alerta, por sua vez, avisam pessoas próximas quando a pessoa está tendo uma crise de alergia ou epilepsia. E os cães para mobilidade, como é o caso dos cães para cadeirantes, e que são o foco principal da Cão Inclusão, auxiliam na mobilidade e no cotidiano da pessoa.

No Brasil, ainda não há leis que garantam a permanência deles em locais públicos, como ocorre com o cão-guia, mas a necessidade e o benefício que eles trazem à pessoa com deficiência de mobilidade são tão grandes que também merecem um espaço na sociedade.

A área de oncologia veterinária passou por avanços consideráveis nos últimos anos. Com uma prevenção adequada, muitos casos de câncer em animais podem ser evitados ou tratados com maiores de chance de cura. A seguir, como parte das ações do Outubro Rosa, o Conselho Federeal de Medicina Veterinária (CFMV) entrevista o médico veterinário e professor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Andrigo Barboza de Nardi. O profissional aborda as principais mudanças na área, desafios enfrentados e as principais dúvidas dos donos de animais sobre a doença.

Andrigo Barboza é doutor e pós-doutor em Cirurgia Veterinária, com ênfase na área de Oncologia. Também é coautor dos livros Quimioterapia Antineoplásica em Cães e Gatos (2008) e Oncologia em Cães e Gatos (2009). Atua com ênfase nos temas de neoplasia mamária, quimioterapia antineoplásica e uso de inibidores no tratamento do câncer. Confira a entrevista.

O que mudou nos últimos 20 anos na oncologia veterinária?

A Oncologia Veterinária evoluiu muito nos últimos 20 anos. Antigamente, câncer era sinônimo de eutanásia. Felizmente, nos dias atuais, a conduta é bem diferente, pois podemos utilizar vários meios para diagnosticar corretamente as neoplasias que ocorrem em cães e gatos e também dispomos de inúmeras modalidades de tratamento, contribuindo desta forma para melhorar o prognóstico dos animais de companhia que eventualmente venham a desenvolver a doença.

Quais os desafios enfrentados pelos profissionais que trabalham na área?

O principal desafio enfrentado pelos profissionais médicos veterinários que trabalham com oncologia ainda é conseguir estabelecer o diagnóstico precoce dos casos de câncer. Muitas vezes, os proprietários demoram para consultar o médico veterinário e quando trazem o paciente, a doença já se encontra em uma fase avançada. Assim, o ideal é que o proprietário procure o médico veterinário assim que ele perceba a ocorrência de qualquer anormalidade com o seu cão ou gato.

Além disso, é importante que o proprietário leve periodicamente seu animal para ser avaliado pelo médico veterinário pois, desta forma, é possível estabelecer precocemente o diagnóstico dos tumores e a chance da obtenção da cura com o tratamento correto é muito maior.

Qual a porcentagem da incidência de câncer de mama nas fêmeas de cães e gatos?

No Brasil, a incidência de casos de câncer de mama em cadelas é em torno de 40 a 45%, ou seja, a cada cem cães com algum tipo de neoplasia, aproximadamente 40 são cadelas com tumores de mama. Em gatas, esse valor é em torno de 30%.

Quais as alternativas para prevenção do câncer de mama?

Sabe-se, de forma clara, que a melhor forma de prevenção é a castração precoce. É recomendado que as fêmeas de cães e de gatos sejam castradas antes de um ano de idade, pois desta forma pode-se reduzir, de forma considerável, os casos de câncer de mama durante a idade adulta destes animais.

Quais são as orientações para o diagnóstico correto do câncer de mama?

O médico veterinário deve realizar todos os exames que são indicados para confirmar a presença das lesões em parênquima mamário, bem como pesquisar se existe ou não a presença de lesões metastáticas, podendo desta forma estabelecer a melhor conduta em relação ao tratamento.

O que existe de mais recente no tratamento do câncer de mama em animais?

Atualmente, o tratamento para a maioria dos casos de câncer de mama em cadelas e gatas é a cirurgia (mastectomia). Além disso, dependendo da malignidade da lesão, é recomendado o emprego de quimioterapia antineoplásica associada com a utilização dos inibidores de COX-2.

Quais as principais dúvidas sobre o câncer, inclusive de mama, apresentadas pelos donos de animais de estimação?

O que normalmente os proprietários perguntam é se é um tumor benigno ou maligno. No entanto, a forma mais precisa de responder essa questão é remover, por meio de cirurgia, a lesão, e encaminhar o tumor para exame histopatológico. Outra dúvida dos proprietários é se o câncer de mama pode promover a morte do seu animal de estimação. Isso pode ocorrer se o paciente não for corretamente tratado e se o câncer estiver em uma fase avançada de evolução.

Como devem se preparar os médicos veterinários brasileiros que decidem seguir na área de oncologia?

O médico veterinário deve sempre buscar a especialização nessa área, e atualmente já existem inúmeros cursos de especialização que proporcionam excelente nível de formação na área de oncologia. Além disso, o médico veterinário deve buscar participar de grupos de psicooncologia, pois desta forma estará mais preparado para trabalhar com a perdas e com todas as dificuldades que envolvem o tratamento de câncer nos animais de companhia.

Fonte: CFMV

Barreiras à proteção animal

As dificuldades da defesa dos animais nos pequenos municípios foram discutidas em audiência pública na Câmara dos Deputados, no início do mês de outubro, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga maus-tratos a animais.

Segundo o presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais, Anderson Furlan, a falta de respeito e de informação sobre a Lei 9.605/88, que pune os maus-tratos aos animais, gera impunidade e o aumento dos casos de abuso.

“A gente observa, no Brasil afora, prefeituras que caçam e matam animais sem critérios, pelo simples fato de eles estarem nas ruas” afirmou o deputado. Ele destacou ainda outros casos de abusos, como o transporte inadequado, a venda em mercados municipais e a colocação em espaços inadequados em pet shops; além de rituais religiosos e eventos culturais.12

Anderson Furlan também defendeu a tipificação dos crimes de maus-tratos aos animais no Código penal para intensificar as condutas de repressão.

O presidente da CPI, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), concordou que é necessário aprimorar a lei. “Ficou claro com a exposição do juiz Anderson Furlan a necessidade da alteração da natureza jurídica do animal, para que ele deixe de ser tratado no nosso código civil como uma coisa, e passe a ser tratado como um sujeito que tem direitos”, afirmou o deputado.

Falta de informação

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB de Maringá, no Paraná, Flávio Mantovani, explicou que os gestores públicos dos municípios brasileiros não sabem que a lei existe, dificultando a fiscalização.

“Nós fazemos algumas palestras em cidades do interior, seja em qualquer estado, quando você fala para as pessoas, seja em um grupo pequeno ou grande, que existem leis de proteção animal as pessoas acham que essas leis não existem. A população não sabe que essas leis existem”, explicou.

Segundo Mantovani, sem conhecimento, a população não exige que prefeitos, ouvidorias e Câmaras Municipais cumpram a legislação. Ele destaca que 90% das denúncias de casos de maus-tratos não são atendidos pela polícia. Ele sugeriu que seja elaborado um comunicado para informar aos municípios quais são as leis de proteção dos animais.

Ações para o combate à Leishmaniose em cães e gatos

Uma das mais graves doenças tropicais, a leishmaniose tem se espalhado no Brasil de maneira avassaladora, o que põe em dúvida a decisão de 2008 do governo federal de proibir a venda e o uso de medicamentos contra a doença em aves e mamíferos, os principais retransmissores e vítimas do protozoário Leishmania sp.

Por conta dessa proibição, muitos bichos de estimação, como cães e gatos, já foram deixados a morrer ou até foram sacrificados, e isso não diminuiu o alastramento da doença.

Diante do descontrole, e de críticas do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos defensores de animais, governos estaduais e municipais começam a distribuir coleiras e medicamentos gratuitamente e a Câmara discute a possibilidade de autorizar legalmente o tratamento dos animais infectados.

Os cachorros não transmitem leishmaniose. Eles servem apenas de depósito para o protozoário que é transmitido por um mosquito. Segundo o veterinário André Luís Soares, que é integrante da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o país é o único do mundo que autoriza a eutanásia de animais como forma de controle da leishmaniose, o que, segundo ele, não é eficaz.

Falhas em exames

A mesma opinião tem o veterinário Paulo César Tabanez, do Grupo de Estudos sobre Leishmaniose Animal, que afirmou que os exames sorológicos podem apresentar falhas. Ele citou um inquérito sorológico realizado pelo governo em Belo Horizonte: de 400 mil animais testados, quase 13 mil apresentaram reagentes, mas não estavam infectados; e 2 mil deram resultados negativos, mas estavam infectados.

Tabanez critica a eutanásia. “Certamente nós temos muitos animais sacrificados, eutanasiados nesse processo de canicídeo com exames inadequados ou com uma condução inadequada.” Segundo ele, outras políticas públicas podem ser tomadas, como o uso de repelentes, vacinação individual, educação em saúde e educação ambiental.

Risco à saúde humana

Já o representante do Ministério da Saúde, Renato Vieira, afirmou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) permite que as medidas de controle sejam adequadas à realidade local.

“Manter um animal infectado em determinado ambiente é um risco à saúde dos seres humanos como até dos outros animais. Manter um animal simplesmente ali não é possível. O tratamento desse caso é um aspecto muito delicado”, disse Vieira.

“O entendimento é que esse animal não pode permanecer nesse ambiente sem a adoção de estratégia nenhuma. A alternativa seria ou a eliminação ou o tratamento. E o tratamento é um tema extremamente complexo”, afirmou.

Inseticida e coleiras

Além da eutanásia, há outras medidas de controle. Em 2013, por exemplo, 213 mil imóveis pelo país receberam inseticida contra o mosquito que transmite a doença.

Outra medida é o uso de coleiras com deltametrina, o inseticida que combate o mosquito. Atualmente, 313 mil coleiras estão sendo testadas em cães de 13 municípios de oito estados. Até o final do ano, devem sair os resultados dos testes, que podem possibilitar a aplicação de coleiras.

O Brasil teve 3.453 casos da doença no ano passado, 58% no Nordeste, onde a doença é conhecida como calazar. Quatro em cada dez vítimas são crianças de até 9 anos de idade. O índice de mortalidade é baixo, 7 em cada 100 infectados morrem.

Segundo o Ministério da Saúde, 4.280 municípios não tiveram registros de casos de leishmaniose. Eles representam 76,8% dos municípios brasileiros. Outros 1.035 tiveram casos esporádicos e 2,7% (150 municípios) tiveram casos intensos.

Artrite em pets, doença que requer muita prevenção

A melhor forma para evitar o surgimento de doenças articulares é a prevenção, como estimular o exercício e cuidar da alimentação. Artrite. Muitas pessoas se assustam quando ouvem essa palavra, mas a doença também pode atingir animais de estimação e deve ser tratada com muita atenção.

A artrite, assim como em humanos, é causada pela inflamação ou inchaço nas articulações e causa dor no animal, mesmo quando ele está parado, e piora conforme o envelhecimento.

“Se o cão começa a mancar, fica mais apático a brincadeiras, hesita em pular e subir degraus ou escadas, demora para começar a andar quando acorda e tem alguns espasmos na perna quando caminha, pode ser indício de que o bichinho está com artrite. Nesses casos, o dono deve procurar um veterinário de sua confiança o mais rápido possível”, explica Andressa Felisbino, veterinária da DrogaVET – empresa pioneira no ramo e a maior rede de farmácias de manipulação veterinária do Brasil.

Existem três tipos: a artrite séptica, que é provocada por infecção na corrente sanguínea; a osteoartrite, que, na maioria dos casos, é genética; e a artrite reumatoide, que acontece quando o sistema imunológico do animal desenvolve anticorpos que destroem as proteínas, inflamando a cartilagem das articulações. “O peso, a idade e o tamanho do pet também influenciam para que desenvolva a doença”, ressalta a profissional.

Como não tem cura, a melhor alternativa é a prevenção. “O dono do pet precisa leva-lo sempre ao veterinário de confiança e observar o comportamento do seu animal. Para isso, aconselhamos o estímulo de brincadeiras, na qual o animal precise correr e pular, não deixando de lado o cuidado com a alimentação, de preferência, apenas com ração própria para espécie, idade e tamanho de cada um”, orienta Andressa.

Muitos animais de estimação possuem deficiência de ácidos graxos, como o Ômega 3, principalmente, os cães. Essa substância é essencial para regular a pressão nas articulações e deve ser incluída no dia a dia do animal.

“O Ômega 3 é facilmente encontrada em rações e alimentos para gatos, pois estão em abundância nos peixes, mas não é componente comum para alimentação dos cachorros. Uma dica bacana é manipular a substância em forma de petisco, com sabor mais agradável ao paladar do pet”, indica a veterinária.

Para os donos que optam em manipular o Ômega 3, a DrogaVET oferece diversas opções de fórmulas farmacêuticas, como xaropes, suspensões, cápsulas, pasta oral e até biscoito medicamentoso, nos sabores bacon, fígado, carne, chocolate, mel e baunilha.

Para aliviar as dores causadas pelas doenças articulares é possível também utilizar medicamentos fitoterápicos e anti-inflamatório. “Este tipo de remédio permite que o animal tenha maior qualidade de vida sem sentir um grande impacto em sua rotina. Há várias substâncias, como Boswellia Serrata, que auxiliam no tratamento contra a artrite e diminuem drasticamente a incidência de dores no pet”, finaliza a profissional.

Prazo de validade para anotações de RT

Com a publicação da Resolução CFMV nº 1091/2015 no Diário Oficial da União (DOU) de quarta-feira (14), as anotações de responsabilidade técnica terão validade máxima de 12 meses. A renovação é obrigatória, sob pena de cancelamento automático caso não seja feita.

A mudança na norma traz um avanço na supervisão e fiscalização, pelo Sistema CFMV/CRMVs, sobre as relações técnicas mantidas entre os estabelecimentos e os profissionais médicos veterinários e zootecnistas, de modo a garantir maior qualidade na prestação de serviço profissional para a sociedade.

O responsável técnico é o profissional capacitado, prestador de serviço autônomo ou empregado que responde técnica, ética e legalmente pelos seus atos profissionais e pelas atividades peculiares à Medicina Veterinária ou Zootecnia, exercidas pelas empresas nas quais atua. Ele está presente, por exemplo, nas indústrias de carne, supermercados, biotérios, zoológicos, pet shops, casas agropecuárias, entre outros.

Os profissionais apresentam ao Conselho Regional de Medicina Veterinária a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) firmada com o estabelecimento para que essa seja submetida à análise e homologação.

A Resolução CFMV nº 1091/2015 altera o artigo 26 da Resolução CFMV nº 1041/2013 e artigo 3 da Resolução CFMV nº 683/2001.

As anotações de responsabilidade técnica já registradas no Sistema CFMV/CRMVs e que possuam prazo indeterminado terão a validade definida em 12 meses, contados a partir da publicação da norma no Diário Oficial da União, sendo necessária a renovação.

Caso descumpram as regras, além do cancelamento automático da anotação da responsabilidade técnica, os profissionais e estabelecimentos estarão sujeitos às sanções previstas na Resolução CFMV nº 682/2001.

Fonte: CFMV

Conheca-o-lado-secreto-da-vida-dos-gatos

O comportamento dos gatos sempre mexeu com a cabeça dos seres humanos. Quietos, preguiçosos, misteriosos e introspectivos, eles fazem parte da vida de muita gente. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a população felina supera a marca de 25 milhões de animais nos lares brasileiros.

Apesar da estreita convivência com muitas pessoas, os hábitos, gostos e fraquezas dos gatos sem sempre ficam bem evidentes no dia a dia. Isto porque os esses felinos levam uma vida secreta e pouco conhecida, mesmo nestes milhares de anos de existência ao lado dos seres humanos.

A fim de revelar os comportamentos surpreendentes dos gatos quando não estamos por perto, pesquisadores da BBC Horizon e do Royal Veterinary College, do Reino Unido, desenvolveram um estudo sobre o lado secreto desses animais.

Para isso, os pesquisadores trabalharam com um universo de 50 gatos na cidade de Surrey, no Reino Unido, vigiando, por meio de coleiras equipadas com GPS e câmeras, 24 horas por dia cada passo dos felinos. Com isso, conseguiram ver detalhes do dia a dia de cada gato, reunindo informações sobre o seu comportamento fora de casa.  Veja as principais conclusões do estudo:

Caçam menos do que pensamos

Quando os gatos perambulam pela rua ou pela vizinhança, não costumam caçar roedores e outros animais pequenos na quantidade prevista. O estudo sugere que a vida doméstica ocasionou mudanças comportamentais nos gatos, que gradualmente perderam parte de seus instintos, como a caça. De fato, acredita-se que os gatos continuarão a levar uma vida estritamente doméstica.

Tentam evitar confrontos

Uma das observações mais interessantes do estudo revelou que os gatos possuem um complexo sistema de marcações e sinais para indicar a outros felinos que estão ou estiveram em um lugar, evitando confrontos diretos. Embora os pesquisadores tenham observado disputas e brigas ferozes entre os gatos, na maioria dos casos, esse sistema de sinais odoríferos evitava conflitos.

Roubam comida de outras casas

Os gatos do estudo tinham um lar e estavam bem alimentados. No entanto, muitos deles perambulavam pela casa de outros gatos para explorar e, em alguns casos, roubar comida. Embora o estudo tenha determinado que a maioria dos gatos prefere evitar confrontos, ter mais alimento ao seu alcance parecia ser uma grande tentação durante os passeios diários dos bichanos.

Percorrem distâncias mais longas

Quando os gatos saem de casa, vivem aventuras e percorrem distâncias maiores do que seus donos imaginam. Por meio do localizador GPS instalado em cada gato, os pesquisadores observaram que eles percorreram vários quilômetros, inclusive em longos passeios noturnos, e entravam até em lugares perigosos.

Usam diferentes miados e ronronados para se comunicar

Quanto ao relacionamento com os humanos, o estudo concluiu que os gatos desenvolveram miados e ronronados mais ou menos complexos
para comunicar diferentes sensações. Existe um ronronado comum, cotidiano, para expressar satisfação ou tranquilidade, e outros menos frequentes, com velocidades e intensidades diferentes, que expressam interesse, curiosidade ou ansiedade.

Cães teraupeutas com calendário de 2016

O Instituto Nacional de Ações e Terapia Assistida por Animais (INATAA), organização não governamental que promove bem-estar para crianças e idosos por meio de terapia, atividade e educação assistida por animais em clínicas, hospitais e casas de repouso, acaba de lançar seu calendário 2016.

Esta edição conta com imagens e ilustrações de seus cães terapeutas feitas de forma voluntária pelo artista visual Rafael Mantesso, famoso nas redes sociais (com quase 400 mil seguidores no Instagram) por utilizar seu cachorrinho Jimmy, um bull terrier, como fonte de inspiração para criar divertidas peças.

A campanha de lançamento do projeto, assinada pela Wunderman, agência pro bono da instituição, reflete com muita sensibilidade e bom-humor a belíssima missão dos cães voluntários. A comunicação é composta por banners e ativações em redes sociais da entidade e de seus parceiros.

De acordo com Laís Aranha, responsável pelo marketing da ONG, o amor e a cumplicidade que existem entre o Rafael e o Jimmy é justamente a base na qual o INATAA constrói os seus projetos e foi daí que surgiu a ideia deste ano para o calendário.

Cães terapeutas

“Com muita dedicação e carinho, o artista transferiu para a instituição as imagens famosas com o seu amigo Jimmy, tendo como protagonistas os cães terapeutas. É uma honra contar com uma pessoa e um trabalho tão incríveis como Rafael e com a agência Wunderman. Estamos extremamente agradecidos a todos os voluntários da ONG que se empenharam para que este projeto saísse tão bacana”, acrescenta.

Os trabalhos realizados pelos cães terapeutas são acompanhados por adestradores e profissionais da área da saúde e beneficiam cerca de 400 pessoas por mês, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, em instituições asilares e hospitais.

Os recursos arrecadados com a venda do calendário serão utilizados na manutenção e ampliação dos projetos desenvolvidos pelo INATAA durante todo o ano, e parte deles (20%) será doada a casas de repouso atendidas pela ONG.

História da ONG

Com o objetivo de proporcionar a idosos e crianças doentes melhoria na saúde física, emocional e mental através dos benefícios terapêuticos da relação homem-animal, a INATTA foi fundada em 2008, a partir da experiência da antiga ONG OBIHACC, criada em 2000, com projetos dentro das áreas de Terapia e Atividade Assistidas por Animais em asilos e hospitais, tendo como projeto mais conhecido o “Projeto Cão do Idoso”.

Hoje a instituição é um expoente na realização de atividades e terapias com cães, através da colaboração de voluntários com cão, sem cão e profissionais de diversas áreas com experiência de mais de oito anos em atendimentos terapêuticos e ações voluntárias.

Atualmente as ações desenvolvidas pelo INATAA beneficiam cerca de 400 pessoas por mês entre crianças, adolescentes, adultos e idosos, em instituições asilares e hospitais.

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