Benefícios para entidades protetoras dos animais

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável aprovou esta semana o Projeto de Lei 2551/15, do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que classifica como beneficentes as entidades de proteção aos animais, dispensando-as do pagamento de contribuições previdenciárias.

A proposta altera a Lei 12.101/09, que trata da certificação das entidades beneficentes de assistência social e regula os procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social. Hoje são beneficiadas pela lei as entidades que realizam gratuitamente ações socioassistenciais, como as que atendem pessoas com deficiência.

O relator na comissão, deputado Átila Lira (PSB-PI), recomendou a aprovação da matéria. Ele destacou a importância das entidades que, com poucos recursos, promovem campanhas de adoção, vacinação, esterilização e tratamento veterinário, beneficiando principalmente as famílias de baixa renda.

População menor de animais

“O resultado desse trabalho gratuito e abnegado vai além das famílias diretamente beneficiadas. Redunda em redução da população de animais soltos nas cidades e em sensível queda nos índices de incidência de zoonoses por todo o País”, disse o relator.

“As entidades protetoras dos animais complementam e até mesmo substituem os centros de controle de zoonoses e os órgãos de vigilância sanitária, praticamente inexistentes nos municípios menos estruturados”, afirmou ainda. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Campanhas para sobreviver

Apesar do trabalho relevante para abrigar e controlar a população animal, estas entidades vivem, no país, uma dura realidade. Elas sobrevivem por meio de doações das pessoas que costumam apoiar a causa animal. Um exemplo é a da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), no Rio de Janeiro, sempre ameaçada de interromper os seus serviços.

A entidade está com a campanha “Meu canil, minha vida” para construir 10 canis, cada um com 21 metros quadrados, para abrigar 20 cães de porte médio em cada um dos espaços. Ou seja, com isso, a Suipa dá mais espaço e melhora a qualidade de vida de 200 cães.

Muitas ONGs utilizam campanhas nas mídias sociais e internet em busca de apoio e doações – financeiras ou de produtos – para cuidar dos animais. Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no bairro de Ilha de Guaratiba, a ONG (Organização Não-Governamental) Paraíso dos Focinhos, está com a campanha “A Dois Passos do Paraíso”. O objetivo é captar doações para conseguir comprar sua sede própria, para ampliar um trabalho que começou há três anos.

Segundo os responsáveis pela ONG, o espaço ocupado hoje em um sítio é alugado. E o pior: o proprietário pediu o local de volta, dando um prazo de um ano para a entidade comprar um terreno, construir toda a estrutura e realizar a mudança dos 200 animais abrigados, entre cães e gatos.

Uma pequena ajuda, com certeza, vai ajudar a manter este projeto de pé. No site da Paraíso dos Focinhos, você pode ajudar comprando um tijolo para construir as baias, um pedaço do gatil ou uma parte da estrutura necessária para fazer a enfermaria. Veja o e-mail da ONG(paraisodecasanova@gmail.com).

Campanhas de adoção de pets ganham as ruas

Quem busca ter em casa um pet como companheiro fiel e amigo encontra nas campanhas de adoção que acontecem por toda a cidade do Rio de Janeiro como alternativa. Da Zona Norte à Zona Sul, ocorrem ao longo do ano vários eventos que buscam estimular esta prática por aqui, apesar dos preconceitos e barreiras que ainda existem.

Antes, porém, de partir para um dos lugares onde ocorrem as campanhas, coloque na cabeça os compromissos que você terá durante muito tempo ao lado do seu animal de estimação. Cumprir os princípios da guarda responsável fará parte de sua filosofia de vida daqui para a frente.

Lembre-se de que você precisará de tempo e recursos para cuidar do animal, com alimentação, higiene e cuidados médicos etc. Sem contar doses cavalares de atenção, carinho e amor ao novo integrante da família.

Decisão consciente

“Ao adotar, você dá ao animal que estava ‘condenado’ a oportunidade de ganhar uma família e ser feliz. No entanto, a adoção tem que ser uma decisão consciente e de comum acordo entre todos os membros da família”, explica Roberta Baleotti, membro da Oscip Ampara Animal (Associação das Mulheres Protetoras dos Animais Rejeitados e Abandonados), no Rio.

Neste sábado, dia 31 de outubro, a Ampara Animal promoverá mais uma campanha de adoção, no bairro do Leblon. O evento levará para os interessados em adotar um pet 14 cachorros, todos já castrados, vacinados e vermifugados.

Os interessados em adotar devem comparecer ao local com o RG e um comprovante de residência. Antes de levar o amigo escolhido para casa, a pessoa precisa assinar um termo de responsabilidade, emitido pela própria instituição. A campanha acontecerá na Pet Fantasy (Rua Dias Ferreira, 199), a partir das 11h.

Maratona da adoção

Por meio da Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais (Sepda), a prefeitura colocou nas ruas a Maratona da Adoção, com eventos que percorrem vários bairros. A iniciativa criou até um “adotômetro” para medir o número de adoções. Até agora, 314 animais – cães e gatos – já ganharam um novo lar.

Neste sábado, dia 31, a vez é do bairro de Sepetiba, na Zona Oeste. A ação, que inclui vacinação e agendamento para esterilização, acontecerá na Praça Américo Marçal, das 10 às 16h, em frente à Clínica da Família.

A Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suípa) aposta em campanhas em lugares públicos em busca de um novo lar para os animais que abriga. No sábado, dia 8 de novembro, das 8 às 14h, a entidade realizará o seu tradicional evento para adoção. A barraca da Suipa fica no bairro do Flamengo, bem em frente à antiga TV Manchete.

Regras para viagens aéreas de animais de estimação

O transporte de animais domésticos em aviões pode ganhar uma regulação específica, caso o Projeto de Lei 274/15, do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), seja aprovado pela Câmara dos Deputados. O projeto atribui à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a definição de normas e padrões mínimos de segurança, higiene e conforto para o transporte de animais domésticos. A proposta altera a lei de criação da Anac (Lei 11.182/05).

Rodrigo Maia disse que são cada vez mais frequentes os relatos de animais feridos em voos domésticos, fruto de manejo errado e falta de treinamento do pessoal envolvido no transporte, entre outros aspectos.

“Mais recentemente, chegou-se ao cúmulo de uma companhia aérea ter perdido o animal doméstico e oferecido outro em troca, como se fosse um mero objeto que não contasse com qualquer afeto por parte do dono e de outras pessoas”, critica.

Regulamentação como saída

A regulamentação do transporte de animais para todas as companhias aéreas é a melhor solução, segundo ele, para evitar casos como esse. O deputado explica que a lei da Anac já permitiria à agência reguladora definir os padrões mínimos de transporte de animais, o que nunca foi feito.

A omissão levou o deputado a apresentar o projeto sugerindo um dispositivo específico para os animais domésticos. O projeto tramita em caráter conclusivo nas comissões de Viação e Transportes; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Serviço das companhias aéreas

Deste março deste ano, a Gol Linhas Aéreas Inteligentes está com o serviço que permite a viagem de cães e gatos na cabine de passageiros, acomodados abaixo da poltrona. Para utilizar o serviço, a pessoa deve seguir uma série de requisitos estabelecidos pela empresa.

Uma deles é que o animal seja acomodado dentro de um kennel (contêiner), com espaço suficiente para que o cão ou gato consiga de movimentar em torno de si.

Nas viagens dentro da cabine, a empresa aceitará cachorros e felinos com idade a partir de quatro meses e peso máximo de 10 quilos, considerando também o peso do kennel. O aspecto segurança também é observado.

Atestado de sanidade animal

A Azul é outra companhia aérea que permite cães e gatos viajarem na cabine dos aviões na companhia com seus donos. O passageiro, no entanto, tem que ficar atento às regras que a Azul adota para ter os animais a bordo. Uma delas envolve a idade do animal, que deve ter mais de quatro meses de idade.

O cão ou gato também precisa ficar acomodado numa caixa de transporte (contêiner), entre os pés de seu dono. Neste caso, o peso total – animal e caixa – não pode ser maior que cinco quilos.

De acordo com a Agência Nacional de Aviação (Anac), o dono também deve apresentar atestado de sanidade do animal, fornecido pela Secretaria de Agricultura Estadual, Posto do Departamento de Defesa Animal ou por médico veterinário. O documento deve ser apresentado no embarque com no máximo 72 horas após a emissão e precisa ter validade de 10 dias.

Registro de especialista em Veterinária tem nova regra

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) divulgou na quarta-feira, dia 28 de outubro, alteração na Resolução CFMV nº 935 de 2009, que trata da Acreditação e Registro de Título de Especialista em áreas da Medicina Veterinária e da Zootecnia. A nova Resolução CFMV, nº 1.093 de 21 de outubro de 2015, estabelece que o comprovante de recolhimento do valor estipulado para registro do título de especialista deve acompanhar o requerimento para solicitação do título.

De acordo com o artigo 8º da antiga resolução, o profissional dirigirá o seu requerimento ao Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) em que possuir inscrição principal, instruindo-o com cópias das peças de documentos que houver feito parte do processo que deu origem ao título junto à sociedade, associação ou colégio de âmbito nacional. A alteração será acrescida ao artigo 3º da Resolução nº 935.

Ensino e pesquisa

O Conselho Nacional de Controle e Experimentação Animal (Concea) aprovou, esta semana, a criação de formulários unificados que solicitam autorização para uso de animais em ensino ou pesquisa científica. A decisão foi publicada em Resolução Normativa nesta terça-feira (27), no Diário Oficial da União (DOU).

A resolução determina que as Comissões de Ética no Uso de Animais (Ceuas) devem disponibilizar os formulários, que servirão de modelo para o envio de informações mínimas pelos responsáveis por projetos de ensino ou pesquisa científica que envolvam animais.

Após o preenchimento do formulário, o responsável deve encaminhá-lo à Ceua para exame. O conteúdo dos formulários unificados servirá ainda de base para a elaboração dos relatórios de atividades desenvolvidas nas Ceuas, que devem ser encaminhadas anualmente ao Concea.

Castração de pets como medida preventiva

Os moradores da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, têm à disposição o serviço da castração oferecido pela prefeitura local. Este ano o Centro de Castração, da Fundação Municipal de Saúde (FMS), quer atingir a meta de mil operações. Até agora, o órgão da prefeitura já realizou cerca de 730 cirurgias.

Os tutores que quiserem partir para esta medida preventiva, uma vez que a castração pode evitar o desenvolvimento de uma série de doenças, precisam ficar bem atentos. O Centro de Castração só abre as inscrições a cada dois meses. Para evitar filas de esperas e muita demora, o órgão atende apenas um animal por tutor.

Segundo o órgão, esta sistemática garante a rapidez para atender à procura pelo serviço. As inscrições são feitas atendendo um determinado número de acordo a capacidade de realizar as cirurgias e o processo dura geralmente 15 dias. Num período de dois meses, os animais que foram agendados são castrados.

Atendimento

O tutor interessado em fazer a castração do seu animal precisa, inicialmente, entrar em contato com o centro para se informar e ter orientações sobre o serviço. O segundo passo é comparecer ao local com os documentos necessários (identidade e comprovante de residência 0 para fazer a inscrição.

Este processo, de acordo com o Centro de Castração, evita o elevado número de faltas, que, antes, chegava a 50%. Uma semana antes da cirurgia, os veterinários passam todas as orientações sobre o pré-operatório do animal. O mesmo procedimento será feito no pós-operatório.

Outubro cor de Rosa

O centro aproveitou, este mês, o Outubro Rosa, campanha de combate ao câncer de mama, para promover uma ação com os tutores dos animais. A iniciativa, que aconteceu sexta-feira, dia 23 de outubro, foi feita em parceria com o Departamento de Supervisão Técnico-Metodológica (Desum).

Os tutores dos animais receberam orientações sobre prevenção do câncer de mama, para o qual a castração é um método de prevenção fundamental. Além disso, os profissionais alertaram sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença. Os animais cadastrados receberam os já tradicionais laços cor de rosa que simbolizam a campanha.

A castração é um bom caminho para a manutenção da saúde dos animais. Cadelas e gatas não estão livres do câncer de mama. Os animais submetidos a injeções anti-cio e os com idades mais avançadas estão mais propensos a contraírem a doença.

A recomendação é fazer a castração do animal antes do primeiro cio. Com isso, explicam os especialistas, chega a quase zero as chances de eles desenvolverem a doença. Existem várias formas de tratamentos, mas o mais comum é a mastectomia (retirada dos seios). Se o diagnóstico for feito precocemente, as chances de recuperação do pet aumentam.

Confira o endereço do Centro de Castração: Rua Silvestre Rocha, nº 2, esquina com a Rua Lemos Cunha, em Icaraí. O telefone: (21) 2711-0113.

De olho no calendário de vacinação contra a raiva animal

O carioca que tem animal de estimação precisa ficar alerta com o calendário da edição deste ano do Rio Sem Raiva, campanha de vacinação antirrábica promovida pela prefeitura da cidade por meio da Vigilância Sanitária, que começou no último sábado, dia 24 de outubro.

A campanha deste ano vai atender em um total de 345 locais de vacinação em vários pontos da cidade. Estes pontos funcionarão em esquema de rodízio, das 8 às 17 horas, somente aos sábados, durantes seis semanas seguidas.

Este ano, a Vigilância Sanitária trabalha com a meta de imunizar 556 mil animais este ano. A população de cães e gatos na cidade é estimada em 695 mil, de acordo com o órgão. Saiba mais sobre o calendário de vacinação clicando aqui ou pelo telefone 1746.

Na hora da vacinação, os cães deverão estar com coleira e guia, e os gatos em sacolas de pano ou em gaiolas apropriadas. Animais com temperamento agressivo devem estar com focinheira. Sintomas como dores no local vacinado, febre e comportamento mais quieto do animal podem ocorrer por até 36h após a aplicação. As vacinas são repassadas pelo Ministério da Saúde, responsável pela aquisição.

A raiva é uma doença que compromete o sistema nervoso do homem, sendo incurável e com índice de letalidade próximo a 100%. É uma zoonose viral e todos os mamíferos estão suscetíveis ao vírus da raiva, podendo transmiti-la. Mas cães, gatos e morcegos são os principais transmissores. A vacina é a única maneira de controlar a doença.

Caso uma pessoa seja mordida por um desses animais, deve lavar o local machucado imediatamente com água e sabão e procurar a unidade de saúde mais próxima, onde receberá os primeiros cuidados e será encaminhada para uma das unidades especificas que funcionam como polo de profilaxia da raiva. Se possível, é aconselhado isolar o animal por 10 dias, para ver o grau de manifestação da doença, e informar se tem dono e o endereço onde habita.

A raiva está controlada e sem apresentar registro de casos há mais de 25 anos no Rio, mas ainda oferece risco à população, pois a cidade conta com um número alto de morcegos, cachorros e gatos, principais transmissores do vírus.

Após o término da campanha, a vacinação vai continuar em dois postos permanentes, que ficam no Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, na Av.Bartolomeu Gusmão, 1120, em São Cristóvão, e no Centro de Vigilância e Fiscalização Sanitária em Zoonoses Paulo Dacorso Filho, no Largo do Bodegão, 150, em Santa Cruz.

Em defesa dos animais silvestres

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus-Tratos a Animais poderá propor medidas que facilitem a recuperação de animais silvestres. A CPI realizou audiência pública neste mês de outubro para esclarecer sobre os maus-tratos provenientes do tráfico de animais silvestres, as estratégias de combate e a realocação dos animais aos habitats de origem.

A coordenadora do Núcleo de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Segurança Urbana de São Paulo, Ângela Branco, explicou que, na região paulista, o processo de recuperação dos animais silvestres passa por três etapas principais: o resgaste, o tratamento médico e a soltura na natureza ou guarda compartilhada entre órgãos especializados e o Estado.

Referência

A cidade de São Paulo é referência na luta contra os maus-tratos a animais silvestres. Segundo a coordenadora, para que todo o Brasil alcance o mesmo nível de qualidade, é importante investir nos centros médicos, que hoje são insuficientes em quantidade. Além de tratar os animais, esses centros são produtores de conhecimentos sobre o meio ambiente e possíveis doenças.

Na visão do relator da CPI, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), as medidas praticadas em São Paulo são inovadoras. Ele afirmou que pretende propor ações sobre o compartilhamento de animais silvestres.

“O poder público não tem condições de dar guarida a esses animais apreendidos muitas vezes por traficantes, por pessoas que obviamente não têm condições de ter o domínio desse animal, e ele não podendo mais sobreviver na natureza, tem o compartilhamento de um ser humano que possa lhe dar guarida”, afirmou.

Posição do Ibama

O presidente da comissão, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), ponderou que o debate foi positivo, mas que ainda é preciso escutar outros órgãos.

“Faltou um pouco a participação do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], algumas perguntas vão ser feitas ao Ibama e aí vamos entrar com algo propositivo. O relator vai preparar o relatório e temos um sub-relator só de proposições legislativas para tentar aprimorar o que está errado”, disse.

A comissão também debate a negligência com relação a animais domésticos e a exóticos e vai realizar outras audiências públicas até a conclusão do relatório final.

Fonte: Agência Câmara

Câncer contagioso entre cães tem rastreamento

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam 200 milhões de cães vagando sem tutor no mundo. O número representa um problema que ameaça não só o bem-estar humano como os próprios animais, expostos a diversas doenças. Um dos efeitos dessa reprodução descomedida é o tumor venéreo transmissível canino (TVT), espécie de câncer contagioso entre os animais (as células de um animal doente passam para outro, principalmente pelo cruzamento).

Estudo publicado na revista Science conseguiu, enfim, mostrar a origem da mutação genética, que, segundo os resultados, persegue a espécie há pelo menos 11 mil anos. A equipe de cientistas estuda há dois anos o genoma do TVT, um dos dois tipos de câncer transmissível conhecidos.

Alguns cânceres têm componente hereditário. A grande diferença do TVT é que ele sofreu uma mutação no passado e, em vez de morrer no animal, adquiriu o comportamento de transmissibilidade. Ele não é passado de geração em geração, mas sim pelo contato. O TVT é um tumor maligno, que pode se deslocar de um órgão para o outro. No entanto, esses casos são raros.

A doença foi citada na literatura pela primeira vez em 1820 e descrita de forma mais detalhada em 1904. Durante 110 anos os estudos pouco avançaram. Elizabeth e sua equipe deram um grande salto na compreensão do mal. A análise do DNA do tumor indicou que os cânceres vieram todos de um único cão, que viveu, segundo estimativa, há 11.368 anos, muito antes da dispersão das raças pelo mundo.

Relógio molecular

Para o sequenciamento do genoma foram colhidas amostras do tumor e do DNA de dois animais, um na Austrália e um no Brasil. A análise revelou que os tumores compartilhavam quase 2 milhões de mutações de células somáticas, número 100 vezes maior que a carga média encontrada em anomalias humanas.

As amostras foram comparadas com as de um banco de dados com o DNA de 1.106 cães, lobos e coiotes. A idade estimada do câncer foi feita por análise de um tipo de mutação, uma espécie de “assinatura mutacional”, associada à idade do paciente, no caso o cão doente.
Essa assinatura é um tipo de relógio molecular correlacionado ao número de mutações e à idade do câncer. A análise levou à estimativa de que o câncer apareceu há cerca de 11 mil anos em um cão de uma alcateia pequena, na qual os cães cruzavam entre si.

Esse animal tinha DNA de lobo e de cachorro e devia se parecer muito com o malamute-do-alasca, que apareceu há 4 mil anos na Ásia Oriental. Essa raça e o husky siberiano seriam os parentes mais próximos do portador original da mutação.

Cão original

No entanto, o DNA é mais semelhante ao do malamute. Os cientistas sabem até que o cão original tinha porte grande ou médio, com pelos curtos e retos e uma “manta” preta ou marrom nas costas. As orelhas eram eretas e a cabeça fina e alongada – descrição que lembra o malamute, mas pode corresponder a qualquer cão de grande porte do tipo spitz.

Além do TVT, o único exemplo de tumor transmissível conhecido é um que afeta a face do diabo-da-tasmânia, identificado em 1996 e conhecido pela sigla DFTD. Essa doença se espalhou rapidamente pelos animais da espécie, sendo muito mais agressivo que o TVT.

Zootecnia: alunos aprovam bem-estar animal

Além de entrevistar estudantes de Medicina Veterninária sobre o ensino de bem-estar animal (BEA) nas universidades do país, a enquete feita pela Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (Cebea) do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em 2013 e divulgada este mês, colheu a visão dos alunos da área de Zootecnia.

Neste caso, a consulta consultou 375 alunos do curso de Zootecnia nas cinco universidades participantes. Os dados coletados mostram que 97,3% consideraram que ter uma disciplina específica de bem-estar animal na graduação é muito importante, os demais não souberam responder (2,4%) ou disseram não ser importante (0,3%). Apesar do elevado percentual, apenas 61,3% responderam que dispunham de uma disciplina de BEA no currículo.

Quando questionados se tinham aulas práticas sobre BEA, apenas 41,7% responderam que sim. Ao avaliarem a disciplina oferecida, mais de 82% consideraram satisfatória ou muito satisfatória. A pesquisa também mostrou que a avaliação do professor responsável pelo ensino foi boa (76,0%).

Em relação aos impactos dos conteúdos de BEA no contexto do ensino e da pesquisa, 56,5% responderam não ter qualquer envolvimento com pesquisas nessa linha. Ao serem questionados sobre quais eram os 3Rs na experimentação animal, 88,8% dos estudantes não conheciam nenhum deles. Também foi perguntado sobre as Cinco Liberdades dos animais, sendo que 83,5% não conheciam nenhuma das Liberdades e apenas 4% conheciam todas. Ainda, 97,9% dos estudantes de Zootecnia disseram desconhecer a Lei Federal 11794/2008 e 98,4% a resolução CFMV 879/2008.

Os estudantes consideraram como mediano o comprometimento de BEA em situações de ensino e de pesquisa e 76,3% consideram o comprometimento de BEA em uma situação de fazenda como médio ou alto. Nas ruas (57,0%), nos circos (60,5%), nos abatedouros (46%) e nas atividades esportivas (47,7%), o comprometimento foi considerado baixo.

Gatos, tutores e emoções humanas

Quem pensa que os gatos são animais que se mantêm distantes dos sentimentos dos seres humanos o tempo todo tem agora uma referência para mudar de opinião. Um estudo da Universidade de Oakland, nos Estados Unidos, identificou as primeiras evidências sólidas de que estes felinos também são sensíveis às emoções dos humanos, ao contrário do que diz o senso comum.

O estudo, publicado na revista Animal Cognition, revela que os gatos estão mais ligados aos seres humanos do que se pensa. Os felinos, por exemplo, são capazes de identificar quando seus tutores estão ou não felizes.

Para chegar às conclusões, a pesquisa trabalhou com um universo de 12 gatos com seus tutores. Um resultado claro do estudo é que os animais se comportavam de maneiras diferentes quando o tutor sorria e quando fazia uma expressão de mais triste.

Durante a experiência, quando a pessoa se mostrava alegre, aumentava significativamente a probabilidade de o gato reagir com comportamentos positivos: ronronando, esfregando-se ou se aninhando no colo do tutor. Eles também pareciam desejar mais passar tempo perto do indivíduo quando ele aparentava estar contente do que quando parecia triste.

Segundo a pesquisa, esse padrão de comportamento, no entanto, foi completamente diferente quando os 12 gatos foram apresentados a estranhos, em vez de seus tutores. Nessa condição, os gatos demonstraram ter o mesmo comportamento positivo, independentemente da emoção expressada pela pessoa.

Os resultados sugerem duas coisas: que os gatos podem “ler” as expressões faciais humanas, e que aprendem a fazer isso com o tempo, de acordo com as pesquisadoras, as psicólogas Moriah Galvan e Jennifer Vonk.

O estudo é visto como mais um passo da ciência para entender o comportamento dos animais domésticos com os seres humanos. No caso dos cães, as pesquisas já comprovou que os cães são bons em identificar os gestos do homem. Identificar esta mesma habilidade nos gatos é uma preocupação mais recente dos estudiosos.

Segundo as psicólogas, a descoberta sobre a inteligência emocional dos gatos pode ter demorado para ocorrer porque as reações desses animais são bastante sutis.

Além dos atos obviamente “positivos” descritos anteriormente, Galvan e Vonk notaram que os gatos adotam certas posições corporais e fazem movimentos com as orelhas e a cauda que estão associados à sensação de satisfação.

Apesar de detectar este comportamento nos gatos, ainda é cedo para se chegar a alguma conclusão, pois a ciência precisa ir mais fundo nos estudos.

Os gatos podem ser um dos animais domésticos mais populares do mundo, mas ainda temos muito o que aprender sobre eles. Não sabemos nem por que eles ronronam.Este novo estudo pode ajudar a melhorar a reputação dos felinos de serem indiferentes. Talvez eles simplesmente não demonstrem seu afeto da maneira que os cães o fazem.

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