Peixes como solução terapêutica
Quando se fala na relação homem-animal de estimação, logo o que vem a cabeça são os cachorros e os gatos, tradicionais amigos e companheiros para todas as horas. No entanto, os peixes levam uma marca muito valiosa, com a sensação de calma e tranquilidade que transmitem.
Por isso, os peixes são um excelente animal para o trabalho de zooterapia ou terapia assistida por animais, tratamentos que têm sido incentivados por muitos especialistas para, por exemplo, o auxílio a pacientes portadores de Síndrome do Espectro Autista e a Síndrome de Asperger.
É o caso da zooterapeuta Mariana Fonseca, da clínica Bem Viver – Cooperativa de Profissionais da Área da Saúde e Educação em Jundiaí (SP), que escolheu os peixes para desenvolver o seu trabalho, considerado inédito no país. Mariana é orientanda de prática profissionalizante da Profª Drª Maria de Fátima Martins, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, campus de Pirassununga.
“Já se comprovou cientificamente que o aquário tem efeito calmante, e diminui a ansiedade e o estresse. Geralmente, crianças autistas são muito ansiosas e, muitas vezes, agressivas. O efeito desejado foi o de relaxamento e de tranquilidade”, comenta Mariana.
No trabalho, a especialista atua para estimular o raciocínio, a concentração, o controle da ansiedade e da agressividade, a criatividade, a coordenação motora, a propriocepção (a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo) e a vocalização.
Um fator importante neste tipo de trabalho é a participação e o envolvimento da família. “As famílias estão próximas às sessões, observando os decorrentes efeitos da interação. Os pais recebem orientação de estimular as crianças em casa. Uma mãe, por exemplo, comprou um peixe para sua filha, pois viu as vantagens da terapia”, explica Mariana.
